Não raras vezes os treinadores de futebol são as personagens mais bipolares do desporto rei. De herói a vilão ou de vilão a herói, multiplicam-se histórias e controversas visões da real capacidade dos técnicos. Tendo em conta o desempenho dos seus clubes atuais (ou anteriores) na Ekstraklasa, o Fair Play decidiu elaborar uma lista de 6 treinadores que engloba heróis e vilões da presente edição do principal campeonato polaco.
Os heróis
Jacek Magiera (Légia de Varsóvia)
Já escrevemos mais detalhadamente o impacto significativo que Jacek Magiera teve quando assumiu o comando técnico do Légia de Varsóvia, contudo, não podíamos elaborar um artigo como este e deixar de fora o treinador que mais tem impressionado a crítica. Em 15 jogos para o campeonato polaco, Magiera somou 11 triunfos, 2 empates e 2 desaires. Por esta altura, o emblema da capital polaca está a apenas 3 pontos da liderança da Ekstraklasa, porém, convém recordar que quando o técnico de 40 anos assumiu o comando dos legionisci, o Légia de Varsóvia estava em 13º lugar e a 12 pontos da liderança. Com Magiera regressaram as vitórias, as boas exibições e o sonho de revalidar o título de campeão polaco.
Nenad Bjelica (Lech Poznan)
Se até há bem pouco tempo Nenad Bjelica era um perfeito desconhecido para os adeptos azuis de Poznan, aos dias de hoje o croata é um técnico idolatrado pela sua massa associativa e cada vez mais capaz de “roubar” o ceptro da Ekstraklasa para as margens do rio Varta. Bjelica chegou a Poznan em Agosto de 2016 para devolver o Lech à ribalta do futebol polaco, no entanto, aquilo que podia ser uma aposta arriscada do presidente Karol Klimczak, tornou-se numa tremenda manobra bem-sucedida que catapultou o Lech Poznan para outro patamar. Em 18 jogos, o técnico oriundo do Spezia Calcio (Série B Italiana) coleciona 12 vitórias, 3 empates e apenas 3 derrotas. A chave do sucesso tem sido a enorme consistência defensiva e a boa dinâmica atacante, que tornam o Lech Poznan na melhor defesa, no 3º melhor ataque e a 1 mero ponto da liderança da Ekstraklasa.
Czeslaw Michniewicz (Bruk-Bet Termalica)
O sucesso do Bruk-Bet Termalica foi retratado pelo Fair Play como uma das histórias mais interessantes e bonitas da liga polaca, assim sendo, é também mais do que justo que se saliente o ótimo desempenho do técnico Czeslaw Michniewicz. O homem de Brzozowka chegou a Nieciecza no início da presente temporada para dar tranquilidade a um dos emblemas mais modestos da Ekstraklasa e tem inclusive superado as expectativas. Nos primeiros tempos ao comando do Bruk-Bet Termalica, Michniewicz colecionou bastantes pontos e surpresas que catapultaram o emblema de Nieciecza para o topo da liga polaca. Após algumas semanas de utopia a la Leicester City, a realidade abateu-se sobre o Bruk-Bet Termalica e o clube estabilizou no meio da tabela classificativa. Em 25 jogos, 10 vitórias, 6 empates e 9 derrotas que garantem praticamente a manutenção no principal escalão.
Os vilões
Radoslav Latal (Ex-Piast Gliwice)
A história de Radoslav Latal em Gliwice assemelha-se, com as devidas diferenças, ao percurso de Claudio Raniei no comando técnico do Leicester City. Após o checo assumir as rédeas dos nurses, a segunda temporada de Latal ao leme do Piast Gliwice culminou com a melhor classificação de sempre do clube, isto é, 2º lugar na época 2015/2016 e a escassos 3 pontos do título. Da euforia ao despedimento, foram apenas 6 meses. Em Março de 2017, Latal e Piast Gliwice colocaram um ponto final depois de 8 derrotas e 4 empates em 16 jogos disputados. Em Gliwice, a luta pela permanência vai ser longa, agora sob a batuta de Dariusz Wdowczyk.
Jacek Zielinski (KS Cracóvia)
A pouco mais de 1 mês de completar 2 anos no comando técnico do KS Cracóvia, nunca a vida de Jacek Zielinski nas margens do Vístula esteve numa posição tão delicada. Até ao momento, a formação de Cracóvia é aquela que tem um menor número de vitórias (5), em igualdade com o modesto Gornik Leczna, além de ser a equipa com um maior número de empates (12). A escassez de triunfos e abundância de empates colocam Zielinski sob fogo, especialmente quando a qualidade futebolística tem estado muito abaixo do desejado e o último classificado está a apenas 5 pontos. As próximas jornadas podem muito bem definir o futuro do técnico de 55 anos, caso este não consiga retirar o histórico KS Cracóvia da zona dos aflitos.
Mariusz Rumak (Ex-Slask Wroclaw)
Uma reta final a bom nível em 2015/2016 com 6 vitórias em 11 jogos, garantiu ao técnico polaco de 39 anos a oportunidade de assumir as rédeas do Slask Wroclaw para a presente edição da Ekstraklasa. No entanto, aquilo que podia ter sido a época de afirmação tornou-se num verdadeiro pesadelo. Em 20 jogos, os comandados de Mariusz Rumak somaram apenas 5 vitórias, contabilizando ainda 7 empates e 8 derrotas. Tudo somado, o Slask Wroclaw passou a ocupar os lugares do fundo da tabela, lutando arduamente por fugir aos lugares de despromoção. Rumak não resistiu aos maus resultados e foi substituído por Jan Urban em Janeiro de 2017. A bem da verdade, convém ainda referir que o seu sucessor não tem feito melhor, tendo conseguido apenas 4 pontos em 5 partidas.