Definição: Movimentos funcionais constantemente variados executados com alta intensidade. Resposta instintiva de qualquer ser humano perante uma definição deste calibre: Fugir. O Mais Depressa Possível.
Mas antes de calçar os ténis de corrida e aterrar no sofá mais próximo, é interessante simplificar os termos desta definição e perceber que, na realidade, o que o CrossFit propõe é treinar de forma diferente todos os dias com movimentos que são naturais e úteis para o ser humano. Acrescentamos a esta receita um nível de intensidade elevado e temos CrossFit.
É essencial perceber que o conceito de “alta-intensidade” varia de pessoa para pessoa. O objectivo nesta tipologia de treino é cada indivíduo treinar na sua intensidade máxima. Intensidade essa que não será igual à do vizinho do lado.
De repente alta intensidade deixou de ser para atletas de competição e pessoas sobre-dotadas em desporto e passou a estar ao alcance de todos, porque afinal a intensidade é relativa à capacidade de cada pessoa. Uma descoberta que leva à seguinte questão:
Se todos podemos treinar na nossa intensidade máxima, então qualquer pessoa pode treinar CrossFit?
É neste ponto que o CrossFit veio revolucionar o mundo do Fitness e Saúde. É um treino assumidamente adaptável às capacidades de cada indivíduo.
Tens medo de fazer o pino? Sobes a parede ao contrário pouco a pouco. Tens pouca capacidade cardiovascular? Demoras mais tempo ou fazes menos repetições. Tens 70 anos e é difícil fazer os movimentos na sua amplitude completa? Os exercícios adaptam-se e são executados de forma segura na tua amplitude máxima. Só tens um braço? Trabalhas com um halter unilateralmente com o braço que tens.
Sim, é exactamente isto: treino universalmente adaptável.
Todos podem treinar com alta intensidade. Todos podem evoluir. Todos podem ser uma versão melhor de si próprios.
De um momento para o outro surgiu uma modalidade que se adapta às capacidades de cada pessoa e permite que todos atinjam resultados que se sentem por dentro, que se vêm por fora e que são mensuráveis de forma quantitativa.
Aqui também o criador do CrossFit, Greg Glassman, foi visionário. Tinha perfeita consciência que o ser humano precisa de medir a sua evolução de alguma forma para acreditar que ela existe e para perceber em que medida é significativa. Por esse motivo criou treinos / WODs* que devem ser repetidos de vez em quando, para os praticantes da modalidade poderem medir exactamente quanto evoluíram, onde evoluíram e onde precisam de investir mais para melhorar ainda mais a sua evolução.
Curiosamente, o aspecto mais extraordinário do CrossFit, o mais identificável, o que define esta tipologia de treino é o “efeito secundário” que naturalmente surge com um desporto em que as pessoas se superam a si próprias constantemente. É talvez a experiência mais marcante para qualquer pessoa que experimenta ou assiste a um treino em primeira mão: o sentido de Comunidade.
Se treinas CrossFit automaticamente passas a pertencer ao grupo imenso de pessoas no mundo que quer treinar para ser a melhor versão de si próprio; uma comunidade que se apoia, protege, alimenta e reforça a cada dia. O futuro do CrossFit reside exactamente nas pessoas que o praticam, que o defendem e que fazem parte dele tanto quanto ele faz parte da vida delas. É uma relação entre a modalidade e o atleta. Uma relação entre o atleta e a Comunidade e uma relação entre o atleta que és hoje e o que queres ser amanhã.
Podem alegar que o treino funcional não é nada de novo. Nisso têm toda a razão. Mas a metodologia do CrossFit, é indiscutivelmente inovadora. A sistematização e a metodologia do treino, a medição da evolução, a adaptação universal de todos os treinos e a Comunidade existente tornam esta modalidade algo único e algo que veio não só para revolucionar o mundo do fitness, mas para ficar.
CrossFit. Be better, period.
* WOD – Workout of the Day – Treino do dia