05. Dezembro 2023

Mola salta para a liderança

Mola salta para a liderança

João BastosMaio 14, 20175min0
João BastosMaio 14, 20175min0

A terceira etapa do Mundial de Triatlo disputou-se no Japão, na cidade de Yokohama e viu o espanhol Mario Mola ascender ao comando do campeonato, liderando um pódio 100% espanhol

Yokohama foi a cidade sede da terceira etapa do Mundial de Triatlo. Depois das etapas de Abu Dhabi e de Gold Coast, Andrea Hewitt chegava ao Japão com uma liderança confortável, motivada pelas duas vitórias nas duas etapas anteriores. Javier Gomez partia como líder masculino, mas menos folgado que Hewitt.

A etapa nipónica viu estrear-se no circuito deste ano dois fortes candidatos à vitória final: a actual campeã do mundo Flora Duffy e o actual vice-campeão do mundo Jonathan Brownlee. A triatleta das Bermudas e o britânico tiveram sortes diferentes.

As cores portuguesas foram defendidas por João Silva e Miguel Arraiolos.

Foto: Delly Carr

Duffy demolidora

Regressada de lesão, Flora Duffy não podia ter um melhor regresso no início da defesa do seu título. Numa prova decorrida à chuva, a sua maior capacidade no segmento de ciclismo foi decisiva.

Um duo de britânicas (Jessica Learmonth e Lucy Hall) abriu as hostilidades desde o início, liderando todo o segmento de natação, imprimindo um ritmo forte, como prova o facto da habitual líder deste segmento, a espanhola Carolina Routier, apenas ter saído no 13º lugar da água.

Flora Duffy posicionou-se muito bem, ao contrário de Hewitt que perdeu logo 1 minuto só na natação. Katie Zaferes (EUA) não perdeu tanto tempo como Hewitt, mas os 40 segundos de desvantagem para as da frente poderiam ser preponderantes, tendo em conta o que previsivelmente iria acontecer no ciclismo.

E assim aconteceu. Flora Duffy não perdeu tempo e partiu o pequeno pelotão que se tinha formado no início do segundo segmento. Apenas uma terceira britânica, Sophie Coldwell, conseguiu seguir com a campeã.

Atrás seguia um grupo de 10 triatletas, onde estava Zaferes, Hall e Learmonth, mas não estava Hewitt.

Quando Duffy e Coldwell começaram a correr, já tinham 1:21 minuto sobre Zaferes, mas nem por isso a bermuda facilitou. Coldwell – que no passado dia 1 de Abril venceu a Taça da Europa, em Quarteira – cumpria a sua primeira prova no mundial no escalão de elite e na distância olímpica e pagou pela inexperiência, deixando logo Flora Duffy isolada na dianteira da prova.

Duffy impressionou também na corrida e acabou a prova com uma vantagem de quase dois minutos sobre a segunda classificada, que acabou por ser mesmo Katie Zaferes. A fechar o pódio ficou outra americana, Kirsten Kasper, que mesmo sofrendo uma queda na entrada da área de transição para a corrida, conseguiu chegar ao pódio.

Foto: Facebook Flora Duffy

Sophie Coldwell acabou por ficar com o amargo 4º lugar, mas foi a rookie, de apenas 22 anos, que fez a melhor classificação da equipa britânica que trazia nomes consagrados como Vicky Holland (5ª), Non Stanford (7ª) e Lucy Hall (11ª).

Hewitt foi apenas 23ª classificada, o que fez com que perdesse a liderança do mundial. Zaferes passou para o primeiro lugar do circuito, resultado da sua consistência ao longo das etapas – 7ª em Abu Dhabi, 4ª em Gold Coast e 2ª em Yokohama.

Kasper, para além do pódio na etapa, também ascendeu ao pódio na classificação geral do circuito.

Fonte: Triathlon.org

2ª seguida para Mario Mola

Depois de um mau arranque em Abu Dhabi, onde foi apenas 8º classificado, o espanhol Mario Mola está definitivamente de volta à forma que evidenciou no ano passado, nesta fase do circuito, e que se revelou decisiva para o seu título.

A etapa de Yokohama trazia para o circuito mais um forte candidato ao título mundial, o britânico vice-campeão mundial e olímpico, Jonathan Brownlee, que se tinha lesionado pouco tempo antes da primeira etapa do mundial.

O mais novo dos irmãos Brownlee não tem sido bafejado pela sorte e nesta sua primeira etapa da época ficou arredado da luta devido a uma queda de um triatleta que seguia à sua frente no ciclismo e que também levou Brownlee ao chão.

Jonathan até pareceu vir com vontade de afrontar a invencível (este ano) armada espanhola e saiu da natação no primeiro lugar. Não cravou grandes diferenças mas permitiu-lhe fazer uma transição menos atribulada para o ciclismo, já antevendo os problemas que a chuva iria causar no início do segmento.

O grupo seguiu compacto, com cerca de 30 triatletas onde seguiam todos os favoritos – Mola, Gomez, Alarza, Brownlee e Schoeman – e não houve grande história até à queda de Jonny, mesmo antes da 2ª transição. O britânico não desistiu e correu com a bicicleta até ao parque de transição, mas já estava completamente fora da discussão da prova.

No segmento de corrida, foi o sul-africano Henri Schoeman que assumiu as despesas do ataque aos espanhóis, liderando o pelotão. Conseguiu vitimar Javier Gomez, mas Mola não estava pelos ajustes e foi embora, cortando a meta no primeiro lugar com 8 segundos de vantagem para o segundo lugar, discutido entre Alarza, Blummenfelt e Schoeman. A ordem na chegada foi precisamente essa, penalizando o sul africano que ficou fora do pódio, depois de ter sido o que mais fez por deixar para trás os espanhóis.

No ranking mundial, Mario Mola tirou o compatriota Javier Gomez do primeiro lugar, baixando este para terceiro e subindo Fernando Alarza para o segundo posto, num top-3 exclusivamente espanhol.

Fonte: Triathlon.org

Relativamente aos portugueses, Miguel Arraiolos fez os primeiros pontos para o ranking mundial, terminando no 36º lugar, conseguido depois de um segmento de corrida de bom nível. João Silva não se qualificou por ter sido dobrado no ciclismo.

A próxima etapa disputar-se-á em Leeds, a 10 e 11 de Junho e está a gerar muitas expectativas aos adeptos portugueses por poder ser a prova de regresso de Vanessa Fernandes, que simbolicamente pode regressar aos palcos internacionais no dia de Portugal.

João Bastos

Zootécnico de profissão, escritor de ocasião. Nadador federado durante 15 anos, acumulei, em alguns momentos, esse prazer com a circunstância do dirigismo desportivo. Finalmente, sem o papel de interveniente, cultivo o ócio prazenteiro de acompanhar, discutir e debater a natação nacional e internacional.


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