O último capítulo do Diário de Manuel Nunes e Diogo Cabral, atletas da selecção sub-18 de Portugal. O fim do Europeu, o lutar pelos títulos, a recta final dos estudos e os novos objectivos. O Diário do Atleta do Fair Play
É um final de ano desportivo cansativo e exaustivo para todos… os jovens sub-18 tiveram a sua primeira experiência internacional, foram até França, descobriram até onde iam as suas capacidades e realmente o querem do rugby.
O 4º lugar da geral (3ª melhor selecção europeia na competição) no Europeu da especialidade foi um prémio justo para a capacidade e qualidade dos 26 convocados de Francisco Branco, Rui Carvoeira e João Mirra, que provaram terem as “garras e dentes” necessários para chegarem ao topo em Portugal.
Os capitães Diogo Cabral e Manuel Nunes, atletas do CF “Os Belenenses” e RC Montemor respectivamente, estiveram sob o foco das câmaras e atenções, uma vez que eram os líderes da companhia. Entre Março e Junho, muito aconteceu… o Belenenses de Cabral sagrou-se campeão Nacional, Manuel Nunes foi a grande cara do Montemor com vários jogos de alta intensidade.
O Fair Play foi ouvir os jogadores por uma última vez (com esperança que no futuro se abra outro Diário), para perceber o que se passou a seguir ao Europeu e como têm gerido o seu ano desportivo com o estudantil.
Manuel Nunes, descreve brevemente como foram os últimos meses, “Passados já quase dois meses do Campeonato da Europa, caminhamos a passos largos para o final da época. Neste último mês já muitas emoções se viveram, o voltar a casa, voltar ao clube, reinserir nos objetivos de equipa… Muito se viveu num curto espaço de tempo.“.
Diogo Cabral corrobora esta informação, “Já passaram algumas semanas desde o fim do Campeonato da Europa de sub18. Viemos com o sentimento de que podíamos ter feito melhor no último jogo contra o Japão, na disputa pelo 3º lugar, mas enfim… chegámos e o foco voltou ao clube em que cada um joga.“.
As saudades do grupo de trabalho, dos treinos de Selecção, dos seleccionadores e da experiência já “moram” na cabeça dos capitães, como sustenta o asa do Montemor, “Deste europeu levamos cada um de nós grandes amizades que se foram fortalecendo ao longo de toda a preparação e , principalmente, naqueles 10 dias bastante intensos pelas terras da Bretanha. Todos os momentos, bons e maus, foram ultrapassados com grande união por parte de toda a comitiva o que contribuiu para um grande espírito de grupo, sempre um ponto forte desta geração. O balanço é positivo, e em termos individuais, adquirimos experiências e vivências que nos são importantíssimas não só em termos de rugby, modalidade, mas também na nossa formação como seres humanos.“.
Não é fácil voltar à “realidade” após uma experiência única, mas para Diogo Cabral até foi mais “fácil” já que confirmaram a conquista do Campeonato do escalão de sub-18, “No meu caso quero mostrar satisfação pela conquista do Campeonato Nacional por parte da equipa em que jogo (Belenenses Rugby sub18). É bom chegar ao fim de uma competição destas e ver que o esforço e empenho de todos deu “frutos.”“.
Infelizmente, para ambos a Taça de Portugal terminou mais cedo com eliminações precoces na fase-de-grupos (Montemor frente ao GDS Cascais) e nas meias-finais (CF “Belenenses” claudicou ante um CDUL aguerrido).
De qualquer forma, Manuel Nunes explica o que acaba e começa para todos os jogadores de 2º ano de sub-18, ” É para muitos o fim de um processo de formação jovem, visto que para o ano irão integrar os plantéis séniores dos respetivos clubes. A inserção na principal equipa irá ser sem dúvida uma tarefa difícil que exigirá de nós maior disciplina de treino e um grande investimento no trabalho físico e de ginásio. Tudo isto será fundamental para que possamos continuar a jogar com qualidade e sermos opções para os treinadores séniores.“.
Mas antes de subirem ao escalão sénior a larga maioria dos atletas de sub-18 terão de passar por uma fase mais “complicada”… os estudos de fim de 12º ano e os exames Nacionais.
Não é uma época fácil, já que a intensidade e dinâmicos dos treinos são colocadas em “pausa” para se dar o máximo nas aulas, estudos e exames que vão determinar muito da vida dos atletas no próximo ano.
Diogo Cabral admitiu que, “No meu caso em particular, decidi focar-me mais nos estudos, tendo, infelizmente, reduzido os treinos de ginásio. Estive há pouco tempo com a seleção nacional de sevens em Paris a participar no Central Sevens. Foi uma nova experiência, boa para conhecer uma parte da realidade desta vertente do rugby, na qual foi possível jogar com diferentes equipas e com jogadores mais experientes que eu.
Novamente realço que estou numa fase, em que os estudos são uma prioridade, nunca esquecendo o compromisso que tenho com o rugby como é óbvio.“.
Ambos os jogadores da selecção Nacional de sub-18 quiseram deixar uma mensagem de despedida deste seu Diário do Atleta (quem sabe seja só um até já).
Diogo Cabral, “Sendo este o último Diário do Atleta, quero aproveitar para agradecer ao Fair Play, nomeadamente ao Francisco Isaac, pela divulgação que fez à modalidade, mais concretamente à equipa de sub18 de Portugal!“;
Manuel Nunes, “Por fim, agradecer todo o apoio e iniciativa ao Francisco Isaac e ao Fair Play que nos acompanharam durante todo o ano e nos proporcionaram a partilha de preparações, trabalho, treino, estudo, emoções que diariamente desenvolvemos. Felicitar também por todo o trabalho que têm na divulgação desta modalidade que nos une a todos, que é o Rugby!“.
Numa nota pessoal do Fair Play, o orgulho que temos nestes atletas é imenso, merecem todo o destaque, todo o interesse, todo o carinho que o rugby português deve e tem de dispensar. O Fair Play fez a aposta nos escalões de formação do rugby Nacional (e não só) e continuará a fazê-lo daqui em diante, muito pela memória e “património” deixado por Manuel Nunes e Diogo Cabral.