Chegou o último WOD do Open e conforme dita a tradição dos últimos anos é um couplet (WOD composto por 2 movimentos) com thrusters acompanhado de uma nova cara metade: double unders. Eram os dois movimentos omnipresentes em todos os Opens que faltavam em 2017. E para não quebrar com a promessa de Dave Castro no Instagram esta semana, os thrusters mortais ficaram para o fim.
É um WOD que parece inicialmente inofensivo, principalmente depois de ver as Dottirs, na Live Coverage da CrossFit International, a acabarem as 10 rondas abaixo dos 7 minutos. Na realidade, veio efectivamente para cortar com a respiração de todos.
A sua composição parece simples:
10 Rondas para tempo.
- 9 Thrusters (95/65 lb – 43/29 kg)
- 35 Double Unders (saltos duplos com a corda)
Mas neste WOD ninguém acaba como começa.
Na primeira ronda o atleta tem a sensação que este vai ser o WOD que finalmente vai conseguir dominar. Afinal está fácil, o peso é leve e não são assim tantas repetições por ronda. A partir da sexta volta, o pensamento é substancialmente diferente. A sensação de peso da barra aumentou significativamente, os duplos começam a ser mais complicados e o ar… esse teima em não chegar.
Aqui começa o trabalho psicológico, de pensar repetição a repetição e de fazer a contagem decrescente para chegar ao fim. É aqui que o apoio e a Comunidade vai fazer toda a diferença. São nestas rondas finais que precisamos de sentir que alguém caminha connosco, ao nosso lado. Pode ser o nosso juiz, o nosso colega de treino, o nosso treinador, ou até podemos ser nós, mas é nestes momentos decisivos que faz falta uma pequena voz a empurrar para a frente e lembrar-nos de não desistir. Afinal, são “só” 9 thrusters e 35 double unders. Quem não pensou que ia fazer todas as voltas “unbroken”. Quem não se enganou?
Aproveitámos para falar com Pina Ramos, atleta de referência no CrossFit nacional, após o seu primeiro “test drive” do 17.5. As dicas partiram todas do mesmo pressuposto “Ninguém acaba o WOD da mesma maneira que começa”.
Pina Ramos recomenda “Antes de mais organizar o material de modo a não perder tempo nas transições. A partir daí pensar na nossa resistência e partir desde o início os thrusters 3-3-3 ou mesmo para atletas para quem o peso está mais pesado 3-2-2-2. Essencial mesmo, em termos estratégicos, é controlar o tempo de cada ronda, não acelerar demasiado nas primeiras. De início parece leve e exequível, mas nas rondas mais avançadas o excesso de ansiedade do início faz-se sentir. Recomendo 1’15″ / 1’20” por ronda sempre num ritmo descontraído e controlado, porque lá está, não começamos como acabamos.”
Se ainda não se aventuraram no 17.5 vale a pena experimentar. Dave Castro deu um time cap de 40 minutos, para mesmo quem tem mais dificuldade com a carga ou os duplos tenha possibilidade de fazer o WOD final conforme prescrito, ou Rx, como dizem os CrossFitters. Os atletas que optarem por fazer a versão “scaled” têm exactamente o mesmo desafio pela frente com menos carga e saltos simples à corda (single unders).
Este é decididamente um WOD para acabar em grande, sem fôlego e com vontade de nunca mais fazer um Open na vida. Mas querem saber uma coisa? Se fizeram o Open este ano, se tiveram amigos e companheiros da Vossa box ao Vosso lado e os Vossos treinadores a levar-vos no bom caminho tenho certeza que se superaram mais do que uma vez. E acredito que em Fevereiro de 2018, vão estar a fazer a Vossa inscrição no próximo Open desejosos de comparar resultados, medir a Vossa evolução, aproveitar o convívio da Comunidade desejosos de sentir aquelas “borboletas” características de quem está prestes a ultrapassar os seus limites da forma mais divertida possível.
18.1, estamos prontos. Quer dizer, estaremos no próximo ano 🙂
Links úteis:
Movimentos e padrões a serem seguidos:
https://games.crossfit.com/workouts/open/2017#movementStandards
Descrição dos exercícios e scorecard:
https://project6-drupal.s3.amazonaws.com/cfg_open2017_event_17_3-9sbqi8712bdhsy6344dbs.pdf